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100 anos da travessia do atlântico sul

30 de março um dia histórico para a aviação mundial e para a nossa Força Aérea

foto: Museu da Marinha

Celebrámos a semana passada os 100 anos da primeira travessia aérea do Atlântico Sul. Nessa viagem, Sacadura Cabral e Gago Coutinho voaram 4527 milhas em 62 horas e 26 minutos, entre 30 de Março e 17 de Junho de 1922.

O projeto de fazer a travessia aérea do Atlântico Sul nasceu da colaboração dos dois homens que a levaram a cabo, e que possuíam conhecimentos complementares: Gago Coutinho era um cartógrafo ao serviço da Marinha e possuía já uma larga experiência nesse campo, tendo desempenhado várias missões de cartografia nas colónias portuguesas em África. Sacadura Cabral, por seu lado, era um piloto com larga experiência de voo.

Foi Sacadura Cabral, enquanto diretor dos serviços de aeronáutica naval, quem desenvolveu o plano de preparação técnica da viagem, para a qual escolheu o aparelho mais adequado. Gago Coutinho, por seu turno, aperfeiçoou o sextante, um aparelho que permitia a orientação do avião em pleno voo, sem a necessidade de visualizar diretamente o horizonte.

O hidroavião, batizado Lusitânia, descolou de Belém às 7 da manhã do dia 30 de março de 1922. Sacadura Cabral pilotou e Gago Coutinho seguiu como navegador. A viagem foi feita em várias etapas e enfrentou diversas dificuldades. Foram recebidos de forma entusiástica nas várias cidades onde pararam, assim como em Lisboa, depois de realizarem a viagem de regresso.

A travessia do Atlântico Sul foi um completo sucesso, apesar dos percalços da viagem. O seu principal objetivo foi plenamente cumprido: era possível percorrer de avião enormes distâncias sobre o oceano de forma rigorosa e precisa, utilizando apenas instrumentos portáteis de navegação astronómica.

A jornada serviu de inspiração para viagens posteriores e constituiu um passo decisivo para o desenvolvimento das ligações aéreas entre os dois lados do Atlântico.